Guerra de Canudos


História da Guerra de Canudos
A situação do Nordeste brasileiro, era muito precária. Fome, seca, miséria, violência e abandono político afetavam os nordestinos, principalmente a população mais carente.Toda essa situação, em conjunto com o fanatismo religioso, desencadeou um grave problema social.

O beato Conselheiro, homem que passou a ser conhecido logo depois da Proclamação da República, era quem liderava este movimento. Ele acreditava que havia sido enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e também com os pecados republicanos, entre estes, estavam o casamento civil e a cobrança de impostos. Com estas idéias em mente, ele conseguiu reunir um grande número de adeptos que acreditavam que seu líder realmente poderia libertá-los da situação de extrema pobreza na qual se encontravam.

Com o passar do tempo, as idéias iniciais difundiram-se de tal forma que jagunços passaram a utilizar-se das mesmas para justificar seus roubos e suas atitudes que em nada condiziam com nenhum tipo de ensinamento religioso; este fato tirou por completo a tranqüilidade na qual os sertanejos daquela região estavam acostumados a viver.

Devido a enorme proporção que este movimento adquiriu, o governo da Bahia não conseguiu por si só segurar a grande revolta que acontecia em seu Estado, por esta razão, pediu a interferência da República. Esta, por sua vez, também encontrou muitas dificuldades para conter os fanáticos.os incansáveis guerreiros foram vencidos pelo cerco que os impediam de sair do local no qual se encontravam para buscar qualquer tipo de alimento e muitos morreram de fome. O massacre foi tamanho que não escaparam idosos, mulheres e crianças.

Pode-se dizer que este acontecimento histórico representou a luta pela libertação dos pobres que viviam na zona rural, e, também, que a resistência mostrada durante todas as batalhas ressaltou o potencial do sertanejo na luta por seus ideais. Euclides da Cunha, em seu livro Os Sertões, eternizou este movimento que evidenciou a importância da luta social na história de nosso país.



Conclusão : Esta revolta, ocorrida nos primeiros tempos da República, mostra o descaso dos governantes com relação aos grandes problemas sociais do Brasil. Assim como as greves, as revoltas que reivindicavam melhores condições de vida ( mais empregos, justiça social, liberdade, educação etc), foram tratadas como "casos de polícia" pelo governo republicano. A violência oficial foi usada, muitas vezes em exagero, na tentativa de calar aqueles que lutavam por direitos sociais e melhores condições de vida.


Antônio Conselheiro: Antônio Vicente Mendes Maciel

Revolucionário brasileiro nascido em Quixeramobim, Estado do Ceará, herói e mártir da Comunidade de Canudos. Nasceu e cresceu em meio a muita miséria, violência e injustiças. Antônio teve uma infância marcada pelos maus-tratos da madrasta, pelos delírios alcoólicos do pai, pelo extermínio de parentes na luta de sua família (Maciel) contra os Araújo e pela influência mística, comum no meio sertanejo.

Sr. Vicente, o pai de Antônio, orgulhava-se do filho que, embora estudando, vinha ajudá-lo no balcão do armazém. Já tendo aprendido a ler e escrever, Antônio entrou para o curso do professor Manuel Antônio Ferreira Nobre, onde aprendeu latim, português e francês.Porem seu pai foi assassinado, em uma disputa por terras, o que o impediu de continuar os estudos e realizar seu sonho de ser padre. E depois de insucessos como professor primário, caixeiro e rábula, foi abandonado pela mulher e envergonhado e sem dinheiro, mudou-se para Bahia. Impedido pelo destino, de ser padre, não abandonou seu ufano sonho de ser um líder religioso e idealizou uma comunidade movida pela fé, onde as pessoas trabalhassem e vivessem felizes e em paz.(...) Já adulto Antonio trabalhou como comerciante, professores, advogado dos pobres e empregados de lojas comerciais.
Após dois casamentos defeitos e vários empregos, Antônio Maciel iniciou suas peregrinações pelo sertão. Trajando um camisolão azul, usando barbas e cabelos longos, percorreu o interior de Pernambuco, da Bahia e de Sergipe pregando mensagens religiosas e aconselhando os sertanejos. Seu trabalho não parava aí. Antonio construía e reformava igrejas e cemitérios, coordenava tarefas coletivas de construção de casas, açudes e colheitas agrícolas.
    A influência do pregador crescia a cada dia. Por onde andava, ia arregimentando seguidores, que o acompanhavam pelo sertão. O beato peregrino tornou-se Antônio Conselheiro.


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