Igreja verus religiosidade popular
Quando Antônio Conselheiro iniciou suas pregações pelo sertão, o catolicismo era a religião oficial do Brasil. Com o apoio do estado, muitos missionários estrangeiros viram para cá trabalhar nas paróquias com a intensão de fortalecer os rituais e sacramentos da Igreja, como o batismo e o casamento, além de procurar reforçar a importância dos padres da Igreja.
Ao tentar consolidar as cerimônias oficiais, a Igreja combatia as crenças populares: objetos e rezas que protegiam contra o mau-olhado, feitiços e doenças graves, imagens milagrosas, etc. Também combatia os beatos, lideranças religiosas leigas que vagavam pelos campos das cidades pregando o Evangelho. Diferentemente do catolicismo praticado pela Igreja, com regras e uma rotina de cerimônias, os beatos pregavam com fé espontânea, muito próxima do cristianismo primitivo e livre do controle dos padres. E para a igreja esse Evangelho, era uma ameaça que devia ser combatida.

A formação de Canudos
Antônio Conselheiro e seu grupo resolveram fundar um povoado comunitário. O local escolhido foi a fazenda Canudos, no norte da Bahia. Conselheiro e seu grupo batizaram o povoado com o nome de Belo Monte. Em Canudos, os conselheiristas organizaram uma economia de base comunitária, em que todos deveriam trabalhar para o sustento do grupo. No arraial havia professore, artesãos, enfermeiros e até negociantes prósperos, que mantinham relações comerciais regulares com vilas e cidades de região.
  A comunidade religiosa de Canudos era independente das regras da Igreja Católica e do poder coronéis.

A GUERRA CONTRA CANUDOS


Motivo do qual iniciou- se a guerra contra canudos

O estado a que ele “fazia mal” era monárquico. No entanto um dos pretextos para se destruir Canudos foi o seu monarquismo, não faltando a denúncia de que Conselheiro recebia dinheiro e armas de fora do Brasil para derrubar a República. Durante a guerra chegou-se a noticiar que ele tinha oficiais austríacos comandando seus homens.

O pretexto para a guerra contra Canudos foi a pretensa invasão de uma vila, por Conselheiro, para conseguir madeira. Na verdade, por trás de tudo, o motivo real era destruir um “mau exemplo” de liberdade popular. Havia também o interesse político no episódio, favorecendo as disputas entre os republicanos.

Canudos enfrentou quatro expedições militares. A cada uma delas, repelida, seguiu-se outra mais forte, com mais soldados. Na verdade são cinco expedições, pois a ultima, teve uma derrota, retrocedeu e rearmou-se para finalmente destruir Canudos.






Situação do Nordeste no final do século XIX (contexto histórico)

- Fome – desemprego e baixíssimo rendimento das famílias deixavam muitos sem ter o que comer;

- Seca – a região do agreste ficava muitos meses e até anos sem receber chuvas. Este fator dificultava a agricultura e matava o gado.

- Falta de apoio político – os governantes e políticos da região não davam a mínima atenção para as populações carentes;

- Violência – era comum a existência de grupos armados que trabalhavam para latifundiários. Estes espalhavam a violência pela região.

- Desemprego – grande parte da população pobre estava sem emprego em função da seca e da falta de oportunidades em outras áreas da economia.

- Fanatismo religioso - era comum a existência de beatos que arrebanhavam seguidores prometendo uma vida melhor.


Dados da Guerra de Canudos:

Local: interior do sertão da Bahia

Envolvidos: de um lado os habitantes do Arraial de Canudos (jagunços, sertanejos pobres e miseráveis, fanáticos religiosos) liderados pelo beato Antônio Conselheiro. Do outro lado as tropas do governo da Bahia com apoio de militares enviados pelo governo federal.


Causas da Guerra:

O governo da Bahia, com apoio dos latifundiários, não concordavam com o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos e viverem sem seguir as leis estabelecidas. Afirmavam também que Antônio Conselheiro defendia a volta da Monarquia.

Por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao casamento civil. Ele afirma ser um enviado de Deus que deveria liderar o movimento contra as diferenças e injustiças sociais. Era também um crítico do sistema republicano, como ele funcionava no período.

Significado do conflito

A Guerra de canudos significou a luta e resistência das populações marginalizadas do sertão nordestino no final do século XIX. Embora derrotados, mostraram que não aceitavam a situação de injustiça social que reinava na região.


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